Introdução:
A bíblia declara que todos pecaram e foram destituídos da glória de Deus. Por causa das transgressões, todos os homens se tornaram inimigos de Deus. Estavam longe dele e por natureza irreconciliáveis. Entretanto Deus reconciliou consigo mesmo o mundo. Enviou Jesus e mediante ele todo homem agora tem acesso ao trono da graça.
O texto acima diz que Deus reconciliou. Reconciliar é dar acesso, é trazer harmonia e paz entre duas partes. É trazer pra perto o que está longe. É unir o que está separado. A reconciliação começou em Deus. Ele teve a iniciativa de busca o homem que estava separado dele e ele espera que tenhamos a mesma atitude, uns com os outros.
Reconciliação entre irmãos.
Mateus 5:21-26.
- Priorizar a reconciliação = “…primeiro reconcilia-te”.
- Ter a iniciativa da reconciliação = “…se lembrares… vai”.
- Reconciliar com diligência = “…entra em acordo sem demora”.
O perdão: instrumento de reconciliação.
Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões. A reconciliação é o resultado do perdão. Deus não imputou ao homem as suas transgressões, ele perdoou todas elas. Daí o resultado do perdão foi a reconciliação. O pecado (transgressões) separa, divide, leva o homem pra longe de Deus, o perdão reconcilia, traz pra perto, restaura a comunhão.
Perdoar é desobrigar alguém de alguma dívida moral ou financeira. É considerar a dívida paga e nunca mais trazer em conta. A melhor definição para perdoar é libertar, pois, todo aquele que tem uma dívida está preso a quem deve.
Perdoar = aphiemi gr. = enviar, enviar para outro lugar, mandar ir embora, deixar, expelir, deixar ir, abandonar e não interferir.
Perdoar = charizomai gr. = mostrar-se generoso, bom, benevolente, conceder perdão, dar graciosamente, dar livremente, entregar, perdoar, graciosamente restaurar alguém a outro, cuidar de uma pessoa em perigo para alguém.
Perdoar é um mandamento.
Marcos 11:24-26; Colossenses 3:12-17.
O perdão não é uma sugestão nem uma opção é uma ordem. Deus nos ordena a perdoar o próximo como ele nos perdoou. Não é raro encontrarmos alguém, cheio de justiça própria, que não perdoa alguém que lhe ofendeu. Acham-se no direito de agir assim pelo fato de terem sido prejudicados ou por considerar o erro do outro muito grave.
O perdão é um ato de fé.
Lucas 17:3-5.
Jesus jamais ordenaria a cerca do perdão se ele dependesse de sentimento. Por ser um mandamento ele é praticado por fé. Ainda que o coração esteja sentindo muita dor, ao declarar o perdão, os sentimentos são sujeitos a cruz de Cristo. A partir desta atitude em fé, Deus que inclina o coração e trata com os sentimentos. Primeiro a obediência em fé, depois a restauração de todas as coisas.
O Perdão é resultado de uma decisão.
João 20:19-23.
O perdão é uma escolha que não depende dos sentimentos. Ainda que alguém esteja triste pelo fato de ter sofrido um agravo, ela pode declarar o perdão por fé. A decisão de perdoar é um exercício da vontade de obedecer a Deus.
O perdão está relacionado a Deus.
Mateus 18:23-35.
Uma das grandes dificuldades em relação ao perdão é achar que a pessoa não merece recebê-lo ou que o erro que ela cometeu é grave demais pra ser perdoado. O perdão não está relacionado a quem carece recebê-lo, mas, a Deus. Perdoamos alguém porque primeiramente fomos perdoados. Não importa o tamanho da dívida dela comigo, a minha dívida com Deus é infinitamente maior do que a dele comigo. O texto acima diz que:
- A dívida do conservo era de 100 denários (1 denário = 1 dia de trabalho). Os 100 denários = 100 dias de trabalho.
- A dívida do servo mau era de 10.000 talentos (1 talento = 6.000 denários). Os 10.000 talentos = 164.383 anos de trabalho.
- A dívida do homem com Deus é o valor do unigênito do Pai (I Pedro 1:18,19).
- O motivo para perdoar alguém é o fato de ter sido perdoado por Deus (Efésios 4:32; 5:1; Colossenses 3:13,14).
O coração disposto a perdoar sempre.
Mateus 18:21,22.
- Os judeus perdoavam no máximo três vezes.
- Pedro perguntou se deveria perdoar até (limite) sete vezes.
- Jesus respondeu setenta vezes sete no dia = perdoar a cada 2,9 minutos.
Ninguém erraria tanto assim contra a mesma pessoa num único dia. O discípulo de Jesus tem que ter um coração perdoador. Ele não deve ter limites em perdoar, no seu coração deve haver a disposição de perdoar sempre.
O perdão do íntimo.
Mateus 18:35.
Na parábola acima, Jesus trata não só da falta do perdão, mas, no último versículo, da qualidade do perdão. Não basta declarar o perdão e até mesmo perdoar. O perdão tem que ser do coração, do íntimo. Ele começa com uma declaração, mas, precisa se aprofundar.
Consequências da falta de perdão do íntimo.
- Cadeias espirituais (Mateus 18:34,35).
- Não ser perdoado (Mateus 6:9-15; Marcos 11:25,26; Lucas 6:37).
- Doenças físicas e mentais (I Coríntios 11:30).
- Coração amargurado (Hebreus 12:14,15).
Quem não perdoa tem um coração mau.
Mateus 18:32.
- Jesus chamou o homem de servo malvado.
- O coração soberbo, egoísta e ingrato, que não reconhece o quanto foi perdoado.
Só há perdão quando existe culpa.
- Se eu te fiz alguma coisa de errado.
- Não me lembro, mas, já que você está dizendo.
Restaurando a confiança perdida.
- Se humilhar debaixo da poderosa mão de Deus.
- Não confundir falta de perdão com confiança quebrada.
- Não dar nenhum motivo novo para desconfiança.
Esperar com paciência até que todas as feridas sejam restauradas.